Glass ceiling: a barreira invisível entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
Em uma determinada empresa do setor de transportes foi constatado que 80% das trabalhadoras mulheres ocupavam funções administrativas e nenhuma em funções superiores.
Foi apurado ainda que uma funcionária com grande experiência na casa, e qualificada com doutorado em ciências da administração, foi preterida por outro funcionário em recente processo interno de promoção.
Conforme investigado, o pensamento da administração da empresa era de que mulheres em funções de chefia não seriam respeitadas, nem teriam suas ordens devidamente acatadas pelos motoristas de carga.
A situação descrita acima trata-se da chamada segregação sexual vertical (glass ceiling) que impede a igualdade de oportunidades a trabalhadoras mulheres.
A expressão glass ceiling ou "teto de vidro" serve para designar a existência de um obstáculo invisível para a promoção da carreira profissional das mulheres dentro do mercado de trabalho.
Aspecto jurídico:
A referida prática do glass ceiling constitui conduta discriminatória que viola o art. 1º, III (dignidade da pessoa humana) e IV (valores sociais do trabalho); art. 3º, IV (direito à não discriminação); art. 5º, I (igualdade entre homens e mulheres) e art. 7º , XXX (proibição de distinção profissional em razão do sexo), todos da Constituição Federal.
No plano internacional, há que se destacar ainda a violação ao art. 11 da Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a mulher (Dec. 4.377/2002), bem como art. 2º da Convenção n.º 100 da OIT (Dec. 41.721/57).
Por fim, também é válido ressaltar o art. 373-A da CLT que determina a implementação de políticas de igualdade entre homens e mulheres, justamente para corrigir distorções que afetam o acesso ao emprego e à formação profissional das mulheres.
Por hoje, é só pessoal!
Ótima quinta-feira!
3 Comentários
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Excelente! O obstáculo invisível parece mais relacionado com o receio do melhor desempenho da mulher no cargo de chefia. Se traçarmos um paralelo entre o homem e a mulher no quesito: quem conseguiu agregar melhor conhecimento na conclusão de qualquer curso, com certeza, será a mulher. Não precisa de estatística, e nem cientificismo: a mulher abraça o aprendizado com mais carinho. continuar lendo
Excelente artigo,
Dr. Fernando!
Infelizmente uma triste realidade e mais, isto faz cair por terra as questões de Meritocracia...
Rogério Silva continuar lendo