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6 de Maio de 2024

Linchamento de inocente no Guarujá exige alerta sobre fazer 'justiça com as próprias mãos'

ano passado


Há uma crença popular de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Cai, sim. Outra frase famosa é a de que a história, quando se repete, é como farsa. Pois uma tragédia caiu novamente como um raio na cidade de Guarujá (SP), terrível, mostrando como o ser humano pode ser cruel, e a praga das fake news, mortal.

Um homem foi linchado quarta-feira (4) passada, na cidade litorânea, espancado até a morte por um grupo de justiceiros e testemunhas covardes que nada fizeram para impedir o que se costuma chamar de “justiça com as próprias mãos”. O cidadão estava sendo acusado de ter roubado uma moto.

Pausa. Seja sincero: se era um ladrão, bem feito, sua consciência diz que o ‘bandido” mereceu morrer como um cachorro sarnento, a pauladas?

Sei que muita gente pensa assim. O Brasil é um pais muito violento, violento demais, não poderia ser diferente esse tipo de aberração primitiva prevaler, a despeito das leis, da justiça e de todo o esforço civilizatório desenvolvido pela humanidade em milhares de anos.

Mas, para azar dos que defendem linchamentos, Osil Guedes, um trabalhador de 49 anos, era inocente. Trabalhador. Inocente. Estava pilotando a moto emprestada por um amigo. Mas já estava julgado pelas circunstâncias e de nada adiantou suas súplicas e desespero.

Houvesse gente civilizada na turba assassina, bastaria imobilizar o “suspeito” e chamar a polícia. Osil ainda estaria vivo, a verdade prevaleceria – e seu filho de 9 anos poderia abraçar o pai.

É uma coincidência extremamente infeliz, mas a população do Guarujá deveria se envergonhar ou ficar constrangida. Lá, em 2014, a mesmíssima atrocidade havia acontecido. Um replay maligno nos traz à memória Fabiane Maria de Jesus. Ela foi espancada até a morte no mesmo município, após ser vítima de uma notícia falsa compartilhada nas redes sociais dizendo que ela era sequestradora de crianças. Mentira. Era uma mãe e esposa trabalhadora. Inocente.

O caso de Osil ainda está sendo investigado, para que se saiba como a falsa acusação permitiu que um homem fosse linchado em praça pública. Independentemente, a sanha vingativa e o vingador implacável que residem na alma humana foi novamente desmascarada. Por misericórdia, vamos ao menos refletir.

(Por Marco Antonio Araujo, do R7/ Fonte: r7)


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Já saíram notícias de que este caso foi, na verdade, crime passional — a vítima já teria sido espancada anteriormente sob o comando da ex-companheira.

De qualquer forma, o justiçamento é errado em todas as hipóteses — inclusive quando o espancado é, de fato, um criminoso. Mesmo com todas as falhas, e toda iniciativa para tornar o sistema penal laxista, somos ainda um estado de direito. continuar lendo