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7 de Maio de 2024

Com metro quadrado mais caro do País, mercado imobiliário do Rio faz promoções para desovar estoques

Preço dos imóveis na capital fluminense tem queda de 0,41% no acumulado deste ano

Publicado por Bernardo César Coura
há 9 anos

O mercado imobiliário do Rio de Janeiro é um dos que mais sofre os efeitos da queda da confiança na economia e empresas do setor estão recorrendo cada vez mais a promoções diante de estoque que está fazendo construtoras adiarem lançamentos.

Os preços dos imóveis, que chegaram a subir 35% em 2011 e 15% em 2012, têm queda de 0,41% no acumulado de 2015 até setembro, de acordo com dados mais recentes do índice FipeZap.

"Nos últimos meses, a trajetória de queda vem se acentuando", disse o coordenador da pesquisa FipeZap, Eduardo Zylberstajn. Ele mencionou que o recuo se estende para cidades do entorno da capital fluminense, como Niterói, que registra a maior baixa entre as cidades pesquisadas, de 2,7% em 2015.

O índice FipeZap Ampliado, que faz o levantamento de preços de imóveis em 20 localidades do País, tem alta de 1,38% nos nove meses de 2015.

A menor demanda para compra no Rio de Janeiro levou proprietários a disponibilizarem apartamentos para locação, o que gerou aumento de oferta e queda no valor dos aluguéis, de 6,06% no ano, segundo o FipeZap.

Os problemas do setor imobiliário carioca não são exclusivos do Rio de Janeiro, mas a situação na cidade se agravou com demissões da Petrobras e a crise no setor de óleo e gás, que tem grande participação na economia da capital, segundo especialistas do mercado.

"O Rio se beneficiou muito na época do boom imobiliário, então é muito razoável que passe por contração mais acentuada", afirmou Zylberstajn.

A cidade ainda exibe o preço médio por metro quadrado para venda mais caro do Brasil, de R$ 10.538, segundo o FipeZap, ante R$ 8.614 em São Paulo. Em bairros como Leblon e Ipanema, o valor médio por metro quadrado chega a R$ 23 mil e R$ 20.500, respectivamente.

Mas com o mercado em baixa, corretores de imóveis e construtoras tentam convencer clientes de que o momento é bom para compra.

"No momento de hoje, quem tem capacidade financeira vai comprar um imóvel em condições extramente favoráveis, em alguns casos abaixo do preço de custo", disse o vice-presidente de operações no Rio de Janeiro da BR Brokers, Bruno Serpa Pinto.

A empresa realizará no final de semana ação promocional no Rio de Janeiro e Niterói, com a participação de 16 incorporadoras e mais de 70 empreendimentos residenciais e comerciais na capital e interior, sendo cerca de 27 mil imóveis novos e usados apenas na capital.

Além de redução de preços nos imóveis, o evento que tem campanha publicitária no horário nobre da televisão, vai oferecer descontos em materiais de construção e móveis planejados. É a primeira vez que a BR Brokers realiza uma campanha promocional semelhante a um "feirão de imóveis". Até agora, a empresa tinha realizado ações pontuais nas imobiliárias.

"A gente tem a expectativa de fazer negócios de R$ 50 milhões no Rio de Janeiro e algo como R$ 20 milhões em Niterói", disse o executivo, mencionando os resultados esperados com a promoção. No segundo trimestre, a empresa apurou queda de 26% nas vendas contratadas sobre um ano antes, a R$ 2,2 bilhões.

Também afetada pela crise do setor, a construtora de alto padrão Rubi Engenharia, que atua há três décadas no Rio de Janeiro, preferiu adiar para 2016 dois projetos residenciais inicialmente previstos para o segundo semestre deste ano.

Além disso, edifício comercial lançado em maio pela empresa no Meier, bairro que segundo a diretora da Ruby Ana Carolina não teve lançamento comercial nos últimos 10 anos, ainda tem 50% das unidades sem comprador.

"Três anos atrás teria sido vendido em um final de semana. Esta é a nova realidade do mercado", disse a diretora. Ela acrescentou que a empresa está optando por fazer financiamento direto com clientes e aceitando imóvel já quitado como parte de pagamento em alguns empreendimentos, como no caso de um condomínio de casas lançado em 2012 e que ainda não foi totalmente vendido.

Fonte: R7

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Durante algum tempo as construtoras e imobiliárias obtiveram lucros exorbitantes na comercialização de imóveis no Rio de Janeiro. Hoje a nova realidade do mercado proporciona condições, para, quem tem capacidade financeira, adquirir um imóvel em condições favoráveis.
O cliente deve fazer valer o seu poder de barganhar, como bem disseram na matéria os corretores e construtores “tentam” convencer de que o momento é bom para compra.
Aquisição de um imóvel que, em muitos casos é realização de um sonho pode ser transformada em pesadelo, caso não sejam tomadas as cautelas devidas. Ocorre que, com exceção dos chamados investidores, ninguém compra imóvel regularmente e entre uma compra e outra pode levar anos ou até mesmo uma vida inteira. Consequentemente as imobiliárias e construtoras aproveitam suas expertises formulam contratos que amarram o adquirente, visando à obtenção de lucro no mercado financeiro.
Não me refiro às empresas citadas na matéria, mas antes de assinar o contrato procure orientação profissional, o nome de uma grande empresa não é garantia de um bom negócio.
Entre os artifícios utilizados pelas construtoras está a contratação de imobiliária (corretores) e você paga; Prazo de entrega com carência de 180 meses, independente de justa causa; Taxas de instalações definitivas superfaturadas; Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, rateado entre os condôminos no final da obra ... continuar lendo