Justiça nega pedido de advogado para trocar placa de carro com letras G-A-Y
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) acolheu um recurso que considerou improcedente um pedido para substituição da placa de um automóvel com a combinação de letras G-A-Y.
Um advogado entrou na Justiça para conseguir que o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) fosse obrigado a substituir a placa do automóvel dele. O autor do processo alegou que a combinação de caracteres "tem lhe ocasionado situações constrangedoras por onde transita, oriundas de atos homofóbicos".
O autor da ação afirmou que comprou o veículo no estado de São Paulo e providenciou a transferência para o Distrito Federal. Na ocasião, consultou o Detran-DF sobre a possibilidade de trocar as letras da placa, por se preocupar com possíveis "constrangimentos".
Diante da negativa, o advogado fez novo questionamento formal, desta vez, ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A autarquia informou não haver previsão legal que permitisse a substituição dos caracteres. Sem êxito pelas vias administrativas, o advogado entrou com uma ação na Justiça.
Condenação
Na primeira instância, o juiz que analisou o caso considerou o pedido procedente e condenou o Detran-DF a fornecer uma nova placa ao autor da ação no prazo de um mês. No entanto, a autarquia distrital entrou com recurso, acatado pelos magistrados da segunda instância.
O colegiado entendeu, por unanimidade, que a situação não implica violação de direito da personalidade e que o advogado tinha conhecimento da placa quando comprou o carro. A Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal ressaltou que a legislação permite a substituição só em caso de clonagem.
Os desembargadores argumentaram que "a exclusão dos caracteres designativos da palavra 'GAY' da placa do veículo não constituem proteção contra práticas homofóbicas, como equivocadamente sustenta o recorrente". "Não se é escondendo, mascarando a grafia associada a uma orientação sexual que se extirpa o preconceito, mas através de políticas de educação e conscientização da população", completaram.
O Correio tentou contato com as duas partes envolvidas no processo e aguarda retorno.
(Por: Ana Isabel Mansur / Fonte: www.correiobraziliense.com.br)
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1 Comentário
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O positivismo aplicado de forma cega sempre leva a esses dissabores sociais, assim como o costume aplicado sem um filtro. Enfim, Acordão proferido, e provavelmente parte de um outro recurso. continuar lendo