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6 de Maio de 2024

Por que as parcelas do meu financiamento não diminuem?

Veja o que você precisa saber antes de contratar:

Publicado por Aléxia Teixeira
há 4 anos

Estamos presenciando uma das menores taxas praticadas no mercado para contratar um financiamento. O mercado imobiliário está a todo vapor, e, mesmo em meio à pandemia, vem reaquecendo e construindo ótimas perspectivas para esse ano.

E a crise? Em Julho de 2020 houve um aumento de 65% no número de contratos para compra da casa própria e avanço de 63,83% no volume de crédito, segundo dados da ABECIP (Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Ou seja: esse é um excelente momento para contratação do financiamento. Estamos falando de ofertas que partem de juros de 4,95% ao ano!

Mas, por que eu estou falando tudo isso? Por que antes de brilhar os olhos e assinar o financiamento, é importante que você analise o que está contratando e se esse modelo de financiamento cabe no seu bolso!


Não raro se observam reclamações das pessoas que financiaram um apartamento ou uma casa, por exemplo, sobre os juros daquele contrato, que não entendem o porquê de as parcelas não diminuírem tanto, e que têm a impressão de que estão pagando a mais do que deveriam.

Esse artigo é para mostrar pra você que essas dores de cabeça podem ser evitadas se você, de fato, analisar o que está contratando. Vamos lá.


1) Quais são os tipos de financiamento?

A grosso modo, existem dois sistemas de financiamento. São eles: SFH e SFI.

O SFH limita o financiamento a um imóvel cuja avaliação seja de até de 1,5 milhão de reais, (a depender do Estado que você se encontre), e possibilita utilizar o valor depositado do seu FGTS, que pode ser dado como entrada, por exemplo. Essa avaliação do valor do imóvel é feita por um profissional do agente financeiro, o qual atestará se ele se encaixa, ou não, no teto acima mencionado. Importante ressaltar que, caso a avaliação feita conclua que o valor do imóvel ultrapassa o teto (R$ 1,5 milhão de reais - a depender do Estado), você, discordando dessa avaliação, pode discutí-la judicialmente para tentar utilizar o valor do FGTS como entrada, reduzindo o valor a ser financiado.

Já o SFI não coloca esse teto para o valor do imóvel, mas não possibilita o uso do FGTS. Por isso é considerado menos acessível. Em ambos os sistemas, é necessária a contratação de um seguro, cujo valor vai embutido na sua parcela. E, é claro, existem alternativas mais baratas e mais caras de contratação de seguro que falarei a seguir.

2) O que compõe a parcela que eu pago?

Outra coisa que precisamos entender, é o que compõe a parcela que pagamos. As parcelas são formadas por: 1. Amortização, 2. por uma atualização monetária e 3. alguns encargos mensais.

E o que é cada um?

  1. Amortização é aquele valor que é efetivamente destinado a reduzir a dívida

  2. Atualização monetária é o ajuste pela desvalorização da moeda

  3. Encargos mensais são, por exemplo, os juros (que é onde o banco efetivamente tira o lucro pelo “aluguel do dinheiro”), tarifa administrativa e o seguro obrigatório que falei anteriormente.

Ou seja, a parcela que você paga não é formada apenas pelo valor financiado, mas pela soma se todas essas partes.

3) Quais são esses tipos de seguro?

Como falei acima, a contratação de um seguro é obrigatória, mas existem várias alternativas no mercado, das mais caras às mais em conta. Os obrigatórios são o MIP e o DFI.

O MIP - seguro por morte e invalidez permanente, como o próprio nome já indica, cobre a dívida restante do financiamento quando ocorre invalidez permanente ou falecimento do contratante.

O DFI - seguro para danos físicos do imóvel, engloba danos externos no imóvel, como por exemplo: incêndio, explosão, inundação, destelhamento, desmoronamento, etc. Ele cobre o valor necessário para a reparação dos danos e recuperação do imóvel nas mesmas condições que apresentava antes da ocorrência do sinistro.

O quanto o seguro irá pesar no seu financiamento depende da proposta de cada banco - e uma boa pesquisa pode fazer uma grande diferença no saldo final. Por isso é interessante que você pesquise o valor dos seguros nos bancos e compare com o que você está contratando. Você também pode levar o seu seguro de preferência.

4) Como minha dívida diminui?

Por fim, vamos entender que a redução da sua dívida, ou seja, essa amortização, pode acontecer de modos diferentes: das parcelas iniciais pagas, um valor maior pode ser destinado a reduzir a dívida, essas parcelas serão decrescentes e a dívida cairá mais rápido, chamado de SAC.

De outro modo, as parcelas iniciais serão mais baratas, o valor para reduzir a dívida será menor, e a dívida cairá mais devagar - Tabela Price.

E um outro modo de redução da dívida é a correção pela inflação, que é o IPCA, que tem uma estimativa de crescer mais que as outras, pois a inflação tende a aumentar. Logo, não é tão interessante a longo prazo (apenas até financiamentos de, no máximo 20 anos, em média).


Agora que você já tem uma ideia do que compõe a dívida que você virá a pagar, e como será essa redução, fica mais fácil saber o que está contratando, e se é isso que seu bolso suporta, não é?


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Se você tem um financiamento imobiliário pelo S.A.C. (Sistema de Amortização Constante), leia este artigo.

2 Comentários

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Ótimo artigo. Somente para completar, com base no que a senhora disse no subtítulo, a respeito do que é necessário saber antes de contratar, gostaria de dizer que mesmo sem correção monetária e, por causa disso, com prestações sempre decrescentes pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), existe a capitalização de juros, ou seja, a aplicação de juros compostos. Eu digo isso porque a grande maioria dos mutuários acredita que não existe contagem de juros sobre juros quando um financiamento é baseado nele. Eles acreditam que somente a Tabela Price gera financiamentos com anatocismo. Observe meu artigo: https://rjsjtp.jusbrasil.com.br/artigos/533971995/sistema-de-amortizacao-constante-sac-aplica-juros-sobre-juros?ref=feed continuar lendo

Ótima observação! É importantíssimo ficarmos atento a esse ponto! Obrigada pela contribuição! continuar lendo